
Conto Filosófico 4º Ano_2018/2019
As aventuras de Akira, o iluminado
Um menino chamado Akira – nome de origem japonesa que significa
iluminado – um dia ao voltar da escola, a caminho de casa, encontrou um livro
molhado no chão. Pegou nele e quando o abriu foi, como por magia, teletransportado
para as aventuras do livro.
Então, num piscar de olhos, o Akira foi
parar a um universo paralelo. Nesse universo estava tudo ao contrário: as
pessoas andavam com cabeça e pensavam com os pés, era tudo muito feio e negro.
O rapaz ficou muito assustado, não sabia o que havia de fazer. Andou, andou,
até que encontrou uma casa abandonada e decidiu entrar. Ficou impressionado, porque
por fora a casa era horrível, fria e feia, mas por dentro era completamente
diferente do exterior, perfeita, quente e bonita. Decidiu explorar a casa e os
seus objetos. A casa tinha 7 quartos, uma cozinha enorme e cinco casas de
banho. Finalmente a divisória mais grandiosa, o salão de festas. Tinha uma
pista de dança com luzes, três televisões de ouro e móveis de metal e
bronze. Era uma casa fantástica, o Akira
adorou-a. Aquilo que julgou ser por fora era totalmente diferente do interior. Afinal,
nem tudo o que parece é! Quando anoiteceu, ao explorar a casa encontrou uma
estante certamente com umas poucas centenas de livros e no meio de tantos
livros encontrou o mesmo livro que o levou até aquele lugar. Abriu-o e num
instante foi teletransportado para um sítio desconhecido.
Com o entusiasmo e curiosidade que o definiam decidiu explorar e
ao longe pareceu-lhe ver uma aldeia que parecia abandonada. Aproximou-se e um
ancião apareceu e questionou:
– O que queres aqui? (perguntou o ancião)
– Não sei bem, mas gostava de descobrir o que é ser feliz.
(respondeu o Akira)
– Se é esse o teu desejo a 100 km daqui vive um filósofo que te
pode ajudar nessa missão.
– Muito obrigado ancião. (respondeu o Akira)
O menino, como não tinha nada a perder, decidiu aceitar o conselho
do ancião e partir para a aventura. Durante o seu percurso encontrou uma árvore
esquisita. Quando se aproximou viu que a árvore era uma macieira que tinha,
estranhamente, uma maçã dourada entre o resto de maçãs azuis. Saltou e apanhou
a maçã dourada e quando a conseguiu apanhar sentiu-se feliz. Continuou o seu
caminho e, sem contar, o menino teve de superar muitos desafios e perigos, mas
nunca desistiu. Nestes desafios compreendeu o verdadeiro significado de todos
os conselhos dos seus pais: nunca desistir; devemos partilhar e devemos sempre
ajudar e ser humilde com todas as pessoas, principalmente as mais necessitadas.
Esta história poderia acabar aqui, mas ainda temos uma mensagem para vos
passar: como o menino da nossa história nunca desistiu do seu objetivo, também nós
nunca devemos desistir dos nossos. E afinal a felicidade esteve sempre ao lado
dele, nas mais pequenas coisas, sempre que ultrapassava um desafio, sempre que
tentava ajudar ou era ajudado, sempre que sorria ou fazia sorrir. Enquanto
parecia perdido nestes seus pensamentos, Akira tropeçou no livro, o mesmo
livro! Como foi lá parar? Deixou essa pergunta para depois e voltou a abrir o
livro que o levou para…
Um lugar
que chovia muito e o vento estava forte. De repente um papel bateu-lhe na cara.
Era um mapa! Esse mapa tinha um aspeto velho e sujo, mas que parecia indicar
coordenadas. O Akira tentou descodificar, mas
só passados alguns dias é que ele percebeu que as coordenadas indicavam o lugar
e as horas onde se devia encontrar. Seguiu o seu instinto e foi ter ao que
parecia ser a uma nuvem. Era uma nuvem branca e fofa. Entrou lá dentro e
encontrou o busto de Sócrates. Entretanto, apercebeu-se de uma placa com a
mensagem: “SE RESPONDERES CORRETAMENTE PODES FAZER UMA PERGUNTA A SÓCRATES, MAS
SE ERRARES TERÁS DE VOLTAR PARA TRÁS!!!”. A pergunta era: “QUAL É O SIGNIFICADO
DA VIDA?”. O rapaz pensou e respondeu: Comer cachorros quentes!!! O busto
ordenou que ele voltasse para trás. Ao ouvir isto ficou triste; regressou para
casa triste, mas percebeu que o significado da vida era ele que o fazia.
Trim
trim trim trim trim trim… Akira acorda sobressaltado com o barulho estridente
do despertador. Afinal tudo não tinha passado de um sonho! Ou será que o seu
sonho teria alguma coisa de real!?
Fim!
Conto de Filosofia da autoria dos alunos do 4.º ano, turma B, do Colégio Casa-Mãe, no ano
letivo 2018/2019:
Afonso Barbosa; Bárbara Magalhães; Diogo Neto; Gonçalo Lopes; José
Silva; José Vieira; Leonor Barbosa; Leonor Machado; Margarida Samões; Maria
Meireles; Maria Moreira; Maria Vitorino; Teara Moreira; Marta Silva; Matilde
Ramunni; Rodrigo Nogueira; Rúben Rebelo; Salvador Dias; Santiago Sousa; Tiago
Melo; Tiago Pinto; Tomás Lemos; Tomás Venda.
Em colaboração com a Professora de Filosofia Mónica Grifo.
O Conto foi premiado com "Menção Honrosa" no Concurso da III Edição do Prémio Nacional de Filosofia para Crianças promovido pela APEFP.
Ilustrações feitas pelos alunos
Comentários
Postar um comentário