O
livre-arbítrio
Forças interiores e exteriores
Forças interiores e exteriores
O livre-arbítrio é a expressão que
denota a vontade livre de escolha, as decisões livres. Assim, através do mesmo
procedemos ao questionamento “Será a liberdade compatível com o determinismo?”,
dessa forma, verificamos que existem diversas teorias que respondem a esta
mesma pergunta. Então, apresento o ensaio filosófico intitulado de “Forças
interiores e exteriores”, da minha autoria.
Nos dias de hoje, este tema demonstra
muita divisão por parte da população, os que defendem o libertismo, o
determinismo moderado e indeterminismo acreditam que todos tomamos decisões e
somos livres para tal. No entanto, os que acreditam no determinismo radical entendem
que todos somos determinados, já que, como o mundo se rege pela lei da causalidade,
nós também nos regemos. Dessa forma, todas as nossas ações irão ter uma
consequência.
Nós, agentes humanos, temos uma
vontade livre. Temos o poder de fazer uma coisa ou de agir de outra forma, não
a fazendo. Este poder é o livre-arbítrio. Exercemo-lo tanto nas decisões mais
triviais — francesinha ou hambúrguer ao jantar? — como em escolhas momentosas,
que moldam a nossa vida profissional, familiar, cívica.
Ou não? Talvez estejamos enganados e o
livre-arbítrio seja ilusório. No entanto, se nos parece que temos uma vontade
livre, se sentimos tantas vezes que podemos fazer uma coisa ou agir de outra
forma, que abrir ou fechar a mão nos próximos segundos depende de nós, daquilo
que nós livremente quisermos, por que razão haveremos de desconfiar das aparências?
Assim, eu acredito que a liberdade e o
determinismo possam trabalhar em simultâneo, isto é, podemos ser livres de
tomar decisões, mas também, ser-nos incutidas certas atitudes. Dessa forma, eu
considero que o determinismo moderado seja a teoria mais indicada para a
resolução do problema do livre arbítrio.
Como efeito, penso que apesar de
sermos sujeitos à lei da causalidade e, de facto, algumas das nossas ações
serem determinadas por efeitos exteriores, creio que ao longo da nossa vida
humana são-nos postos obstáculos para aprendermos a ultrapassá-los. Dessa
forma, estes promovem um crescimento pessoal e interpessoal. Por outro lado, os
nossos desejos, são provenientes da combinação da nossa maneira de ser e o
conjunto de características marcantes de uma pessoa, é a força ativa que ajuda
a determinar o relacionamento das pessoas baseado no seu padrão da
individualidade pessoal e social.
No entanto, os deterministas radicais
apresentam como principal objeção a esta teoria o facto de que os nossos desejos e
crenças serem causados pelo exterior, isto é, toda a nossa personalidade
pode ser influenciada com os outros e pelos outros. Assim,
deixamos de ter o poder de escolha, já que as nossas decisões são afetadas por
condicionantes histórico-culturais e físico-biológicas. Com isto, os argumentos
apresentados pelos deterministas moderados são abalados, já que estes não
apresentam uma razão lógica para a origem das crenças internas, mas
simplesmente que o Homem se sente livre e por isso se considera tal.
Os deterministas moderados dizem que
“Sabemos que um homem pode escolher e efetivamente escolhe entre dois atos”.
Mas o que decide a escolha? Há
uma causa para todo o desejo, uma causa para toda a escolha; e toda a causa de
todo o desejo e escolha tem origem na hereditariedade ou no meio. Pois, um homem age sempre devido ao temperamento, que é hereditariedade, ou devido à
formação, que é meio. Esta é a objeção apresentada pelos deterministas
radicais.
Por outro lado, a vitória do livre-arbítrio
nunca foi completa. Nunca deixaram de existir aqueles que acreditam que o
destino está escrito nas estrelas, é ditado por Deus, pelos instintos ou pelos
condicionamentos sociais. Recentemente, os defensores dos deterministas radicais
ganhou um reforço de peso: o dos neurocientistas. Estes afirmam que o
livre-arbítrio não é mais que uma ilusão e dizem isso munidos de um vasto
arsenal de dados, colhidos por meio de testes que monitoram o cérebro em tempo
real.
Porém, a objeção apresentada aos
deterministas radicais, na minha ótica, é muito mais penosa do que a refutação
exibida aos deterministas moderados, isto é, apesar de o Homem ver os seus desejos e crenças influenciados pelas condicionantes, o facto de o ser humano não poder
ser responsabilizado pelas suas ações devido ao caráter determinista das suas
ações é muito mais perturbante do que a contestação anteriormente referida.
Assim, assumo-me como uma determinista
moderada, já que acredito nos seus ideais independentemente de todas as objeções
apresentadas. Tendo, também, em conta as restantes teorias e contestações
adjacentes.
Teresinha
Costa, Nº11, 10ºB_Colégio Casa Mãe
2019/2020
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