Filosofia c❤m Crianças
Conto
Filosófico 2º Ano_2018/2019
Os Mini Filósofos
Era uma vez dois irmãos que eram
gémeos falsos, a Sophia e o Filipe. Eles eram muito curiosos, adoravam brincar
aos detetives e desvendar os mistérios. Um dia, a mãe foi à caixa de correio e
reparou que tinha lá uma carta para eles. Abrem a carta e qual não foi o
espanto deles, o envelope só tinha o desenho de um mapa e o título Mini
Filósofos. Quem teria enviado aquela carta? Porquê um mapa? Seria um
tesouro? E porquê Mini Filósofos, seriam eles os mini filósofos? Que
mistério!
- Vamos investigar? (perguntou a
Sophia)
- Sim, boa ideia! Mas por onde
começamos? (respondeu o Filipe)
- Ora, como sempre começamos: a
procurar pistas! (disse a Sophia)
A primeira pista levou-os ao Colégio
Casa Mãe. Quando lá chegaram acharam estranho, porque estava toda a gente a
fazer perguntas e nada de respostas. Alunos, professores, funcionários faziam
perguntas e mais perguntas e não havia respostas em lado nenhum. Onde estavam
as respostas?
Continuaram a andar pelo Colégio e,
entretanto, repararam numa menina com um comportamento estranho. Olhava para
todo o lado com um ar suspeito, até que tirou rapidamente umas chaves da caixa
que dizia “Professores”. Claramente ela não tinha idade para ser professora e
aquelas chaves não lhe pertencia. Os irmãos foram ter com ela.
- Como te chamas? (perguntou a
Sophia)
- Chamo-me Margarida. (respondeu)
- Estou aqui com uma grande dúvida.
Sabes quanto é 1000+1000+63+4000 x 9? (perguntou a Sophia)
- É igual a 54.567. (respondeu
rapidamente a Margarida)
- Como é que tu sabes? (perguntou o
Filipe?)
- É muito fácil esta conta! Mas
porquê que vocês querem saber isto? (disse a Margarida).
- Não sabemos a resposta. (disseram
em uníssono a Sophia e o Filipe, piscando o olho um ao outro).
Os irmãos estavam muito atentos e
sabiam que não podiam contar o que estavam a fazer, para não estragarem o plano
de desvendar o mistério. A Margarida não desconfiou de nada e continuou a
seguir o seu caminho. Os irmãos, sem que ela se apercebesse, continuaram a
segui-la e viram-na a entrar, com um ar muito suspeito, numa sala fechada.
Então, os irmãos planearam esconderem-se num balde das limpezas que estava lá
encostado, era um balde azul e vermelho industrial, para esperarem por uma
oportunidade para entrarem na sala. Entretanto, a Margarida saiu muito
apressada da sala e depois de fechar a porta à chave, ao colocar a chave no
bolso, sem que se apercebesse, a chave caiu. A Sophia correu a pegar na chave e
voltou-se a esconder. Anoiteceu e toda a gente foi embora, os gémeos tiveram,
então, uma oportunidade para entrar na sala. Abriram a porta misteriosa e qual
não foi o espanto quanto viram que a sala estava cheia de respostas, eram as
respostas a todas as perguntas. Agora tudo fazia sentido, a Margarida tinha
tirado todas as respostas às pessoas que conhecia. Porquê que ela fez isto?
Antes de tentarem descobrir tinham outra missão prioritária, que era devolver a
capacidade de resposta às pessoas. Tiveram uma ideia! Colocaram as respostas
num saco, levaram-no para o átrio do Colégio, telefonaram para todos os alunos,
professores e funcionários a convocar uma reunião urgente. Quando todos
chegaram, os irmãos abriram o saco e pediram às pessoas para irem fazendo
perguntas e à medida que iam perguntando, as respostas voltavam para elas.
Agora tudo estava no seu devido lugar! Entretanto, apareceu a Margarida e ficou
muito aflita quando se deu conta que descobriram tudo o que fez e começou a
chorar. As pessoas começaram a questionar a menina porquê que teve aquela
atitude de roubar as respostas às pessoas. A Margarida, muito triste, explicou
que não sabia nada, que não conseguia saber tantas coisas como os amigos, que
não conseguia ser tão inteligente e por isso pensou que se tivesse todas as
respostas para todas as perguntas as pessoas talvez pudessem gostar mais dela.
Os irmãos Filo e Sophia compreenderam a posição da menina, mas fizeram-na ver
que não teve uma boa atitude, que a sua ação foi errada e que havia outras
formas de tentar ultrapassar a sua tristeza. As outras pessoas ao ouvirem a
explicação da Margarida, imaginaram como seria se estivessem no lugar dela e
sentiram-se tristes. A partir desse dia todos passaram a ter mais atenção e a
ajudarem-se uns aos outros, passaram a ser mais felizes, porque descobriram que
todos têm alguma coisa de bom e que podem usar para ajudar o outro, como o
Ruizinho que era um craque com as contas começou a ajudar os amigos com
dificuldades e foi ajudado por esses amigos a aprender a desenhar melhor…
Fim!
Conto de Filosofia da autoria dos alunos do 2.º ano, turma A, do Colégio Casa-Mãe, no ano
letivo 2018/2019:
Ana
Sousa; Afonso Barbosa; Ana Moreira; Beatriz Sá; Brigite Silva; Carlota
Carreira; Evandro Sousa; Guilherme Chaves; Gustavo Silva; Inês Gomes; Inês
Silva; João Nunes; Maria Rocha; Nuno Barbosa; Tomás Silva.
Em colaboração com a Professora de Filosofia Mónica Grifo.
O Conto foi premiado com "Mérito de Publicação" no Concurso da III Edição do Prémio Nacional de Filosofia para Crianças promovido pela APEFP.
Comentários
Postar um comentário