Será o livre-arbítrio uma ilusão?



Filosofia, que significa amor pela sabedoria, é o estudo de questões gerais e fundamentais sobre a existênciaconhecimentovaloresrazãomente linguagem, frequentemente colocadas como problemas a se resolver.

Deste modo, neste meu ensaio filosófico, a que dei o título de: “Será o livre-arbítrio uma ilusão?” irei defender a minha tese, ainda que este seja um assunto de extrema complexidade e importância.

O livre-arbítrio é um problema que, de facto, nos afeta todos os dias, pois se escolhemos a roupa que vamos usar somos livres, no entanto, se somos impostos ou limitados a algo, não somos livres. Assim, o livre-arbítrio é a capacidade de escolher de forma autónoma segundo a vontade humana. É a possibilidade de escolher agir ou não, de seguir um certo curso de ação do outro, é, também a ausência de constrangimentos externos que impeçam o agente de realizar o que deseja.

Assim, o livre-arbítrio defende duas teorias: o compatibilismo, que diz que o livre-arbítrio é compatível com a existência de determinismo, isto é, há ações livres que são determinadas. Por outro lado, defende o incompatibilismo que se divide em determinismo radical, no qual todas as ações são determinadas; libertismo, que defende que nem todas as ações são determinadas, independentemente dos acontecimentos anteriores que possam influenciar as suas decisões e, por fim, o indeterminismo em que todas as ações são livres.

Após uma breve análise e pesquisa, eu defendo o determinismo moderado, cuja teoria se baseia de que apesar do determinismo, o homem possui livre-arbítrio. Esta tese é compatibilista, pois procura compatibilizar a existência de causas externas ao agente que efetua a sua ação, com a ideia de que a vontade se pode autodeterminar na escolha de um curso de ação.

Um exemplo é: Uma amiga liga-me para irmos sair. No entanto tenho teste na próxima semana, mas estou segura da matéria e sei que me vai correr bem e, por isso, escolho sair. Desta forma, estou a agir de forma livre, a agir de acordo com a minha escolha. Compare-se agora a este segundo exemplo: Os meus não me querem deixar sair, pois tenho teste na próxima semana e tenho de ficar em casa a estudar. Neste caso, não agi livremente, já que não fiz aquilo que queria fazer. Fiquei em casa a estudar não porque queria, mas sim porque fui obrigada. A minha ação não foi voluntária, pois não foi de encontro às minhas crenças e desejos, mas sim à dos meus pais. Com efeito, desde que não sejamos obrigados ou forçados a escolher algo, a nossa ação é livre.

No entanto, tal como todas as teses, esta apresenta objeções, na medida em que os deterministas moderados defendem que temos livre-arbítrio quando agimos sem constrangimentos ou obstáculos, internos ou externos que nos impeçam de fazer o que desejamos. A única diferença é que não temos consciência de que estamos constrangidos, e por isso, não existe livre-arbítrio, o que contradiz a teoria compatibilista. Note-se o exemplo acima descrito, uma possível objeção é o facto de não gostar de estudar ou não me apetecer e, por isso, escolho ir sair. Mas, esta é uma decisão minha e que trará as devidas consequências, quer sejam positivas ou negativas. Deste modo, qualquer ação do ser humano tem um impacto em nós mesmos e nos outros.

Em suma, defendo que somos livres, no entanto, somos por vezes limitados/condicionados e, por isso, obrigados a tomar decisões. Logo, o livre-arbítrio não é uma ilusão.



Inês Viana, n.º 7, 10.º A_Colégio Casa Mãe

2019/2020

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